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Crianças que tiveram câncer não recebem o acompanhamento devido quando crescem

Creditos: G1 Ciência

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rianças e adolescentes que sobrevivem ao câncer têm um risco maior de desenvolver complicações de saúde na vida adulta devido aos efeitos adversos do tratamento. Com prognósticos melhores para a doença, eles têm mais chances de cura, especialmente nos países ricos, onde a taxa de sobrevivência acima de cinco anos supera a marca de 80%. No entanto, no Brasil, essa taxa fica em 65%. A falta de monitoramento adequado de jovens pacientes acarreta riscos para desenvolver complicações, como cardiomiopatia, câncer de mama e colorretal. Apesar das diretrizes que preconizam exames periódicos para verificar os efeitos colaterais das drogas utilizadas no combate à doença, muitos pacientes não fazem o acompanhamento recomendado. A cientista e epidemiologista Jennifer Shuldiner afirmou que essa situação poderia ser evitada se houvesse mais informação sobre o impacto negativo dos tratamentos ao longo do tempo. O estudo realizado com mais de 3 mil crianças e adolescentes sobreviventes mostrou que 99% tinham risco aumento para cardiomiopatia; 10% para câncer colorretal; e 7% para câncer de mama. Apesar disso, apenas 53%, 13% e 6%, respectivamente, faziam o acompanhamento recomendado. Meninas e jovens que se submetem a radioterapia têm risco semelhante ao de mulheres com a mutação BRCA 1. Já a chance de câncer colorretal é de duas a três vezes maior do que a encontrada no restante da população. Anualmente, cerca de 300 mil jovens pacientes, entre zero e 19 anos, são diagnosticados com câncer, sendo que os tipos mais comuns são leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central. As complicações decorrentes do tratamento não se limitam a danos ao organismo. A experiência é traumatizante em todas as faixas etárias, mas estudos têm indicado como o impacto é especialmente duro para os jovens. Crianças em tratamento contra o câncer participam de 'pet therapy' no HRBA.

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