I
srael capturou a principal estrada que divide a cidade de Rafah em duas partes: leste e oeste. Os moradores descreveram explosões e tiroteios constantes no leste e nordeste da cidade, com intensos combates entre as forças israelenses e militantes do Hamas e da Jihad Islâmica. O Hamas afirmou que emboscou tanques israelenses perto de uma mesquita no leste da cidade, um sinal de que os israelenses haviam penetrado vários quilômetros do leste até os arredores da área construída. Israel ordenou que os civis saíssem da metade leste de Rafah, forçando dezenas de milhares de pessoas a buscar abrigo fora da cidade, que era o último refúgio de mais de um milhão de pessoas que fugiram de outras partes do enclave durante a guerra. Israel diz que não pode vencer a guerra sem atacar Rafah para eliminar milhares de combatentes do Hamas que acredita estarem abrigados lá. O Hamas afirma que lutará para defendê-la. As agências de ajuda humanitária dizem que a batalha coloca em perigo centenas de milhares de civis já deslocados. Um morador de Tel al-Sultan, Abu Hassan, afirmou que a situação é perigosa e que ele está tentando sair, mas não tem o dinheiro para comprar uma barraca para sua família. As Forças Armadas israelenses disseram que suas forças no leste de Rafah localizaram vários túneis e que as tropas apoiadas por um ataque aéreo lutaram de perto com grupos de combatentes do Hamas, matando vários deles. Acrescentaram que os jatos israelenses atingiram vários locais de onde foguetes e morteiros foram disparados contra Israel nos últimos dias, inclusive no ponto de passagem Kerem Shalmon. O ataque a Rafah abriu uma das maiores brechas de gerações entre Israel e seu aliado mais próximo, os Estados Unidos, que bloquearam o envio de armas para Israel pela primeira vez desde o início da guerra. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel \"lutaria com nossas unhas\" se fosse necessário. As negociações de cessar-fogo foram interrompidas na quinta-feira sem que houvesse um acordo para suspender os combates e libertar os reféns capturados nos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro, que precipitaram a guerra. Mais de 34.000 habitantes de Gaza foram mortos nos sete meses de guerra, de acordo com as autoridades de saúde do enclave controlado pelo Hamas. Israel lançou o ataque para aniquilar o Hamas após os ataques de 7 de outubro, nos quais 1.200 pessoas foram mortas, segundo os registros israelenses.

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