I
doso de 98 anos, Alfredo de Souza Lima, sobreviveu a duas das maiores enchentes da história do estado do Rio Grande do Sul, incluindo a pior enchente da história da capital gaúcha. Ele teve que abandonar novamente o local onde mora devido à enchente mais recente. Alfredo lembra que a enchente de 1941 ocorreu em maio, um mês incomum para eventos desse tipo, e a cheia do Guaíba alcançou a marca de 4,76 metros. Esta enchente registrou 5,33 metros, superando o recorde anterior. Alfredo teve que sair de casa com a filha e se abrigar temporariamente em uma casa no bairro Bom Jesus, na Zona Norte de Porto Alegre. Ele relembra que em 1941, devido à cheia do Guaíba, enfrentou uma situação semelhante e teve que ficar na casa de amigos e depois na casa de um irmão no interior do estado até que as águas baixassem. Desta vez, a situação é mais complicada, pois Porto Alegre está sem acesso ao interior pelas principais rodovias.
Na década de 1940, Alfredo comenta que a água subiu de forma gradual, ao contrário do que ocorreu em maio deste ano. Fernando Dornelles, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, explica que, na época, 24 dias consecutivos de chuva nas bacias que drenam para o Guaíba causaram a enchente. Neste ano, apenas quatro dias de chuva no Rio Grande do Sul ultrapassaram a cota de inundação na Capital.
A tragédia causada pelos temporais motivou a construção do Muro da Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre. A obra foi realizada entre 1971 e 1974, com três metros abaixo do solo e três acima, abrangendo 2.647 metros de extensão. Essa estrutura faz parte de um sistema antienchente, que inclui diques e comportas.
Os temporais que atingiram o estado do Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) causaram 100 mortes, segundo o boletim da Defesa Civil divulgado às 18h desta quarta-feira (8). O governador Eduardo Leite (PSDB) disse que é esperado que o número de vítimas fatais cresça. O evento se trata do maior desastre climático da história do estado. O número de feridos é de 374 e o de desaparecidos é de 130. A Defesa Civil do estado contabiliza mais de 163,7 mil pessoas desalojadas, além de 67,4 mil pessoas em abrigos. Ao todo, 425 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando cerca de 1,5 milhão de pessoas.
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