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Irmãos Brazão encomendaram morte de Marielle porque ela se tornou 'ameaça' a negócios, diz PGR

Creditos: Terra

A
denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes revela uma história obscura do avanço da milícia no Rio de Janeiro e da infiltração desses grupos paramilitares nos espaços de poder. A atuação da vereadora na Câmara do Rio a tornou vista como uma "ameaça" à expansão e negócios dos milicianos, o que a levou a ser eliminada. A PGR afirma que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, denunciados como mandantes do crime, mantiveram alianças com diferentes grupos de milícias desde pelo menos o início dos anos 2000. Sua relação mais estreita seria com criminosos de Oswaldo Cruz, Rio das Pedras e Jacarepaguá, onde os irmãos Brazão exerceriam "autoridade política". Quando saiu candidato a vereador nas eleições municipais de 2012 e 2016, Chiquinho Brazão foi o político mais votado em Rio das Pedras. O irmão, Domingos Brazão, que antes de ser nomeado conselheiro do TCE cumpriu quatro mandatos na Assembleia Legislativa do Rio, teve um desempenho semelhante. Ele foi o candidato a deputado estadual mais votado na comunidade nas eleições de 2010 e 2014.

    A denúncia destaca que os irmãos Brazão investiram em práticas de grilagem nas mesmas áreas de milícia em que constituíram seus redutos eleitorais. Eles controlariam loteamentos irregulares na região de Jacarepaguá, que teriam sido oferecidos ao atirador Ronnie Lessa como pagamento pela execução de Marielle. Com a ascensão política da família, cargos comissionados na Câmara Municipal do Rio, na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas do Estado teriam virado moeda de troca com milicianos. Um deles seria Robson Calixto da Fonseca, conhecido como "Peixe", que também foi denunciado. Ele foi assessor de Domingos Brazão na Alerj e no TCE.

    A estratégia de associar-se a milicianos, nomeando-os, inclusive, para cargos em órgãos públicos, serviu a dois propósitos: o de constituir redutos eleitorais nas áreas por eles controladas e o de explorar atividades imobiliárias por meio de práticas de 'grilagem'. Os irmãos construíram seu patrimônio com a 'grilagem', que se dava com a utilização de pessoas de baixa renda. Os imóveis eram ocupados e a posse ou propriedade, em seguida, reivindicada. Após a regularização é que o grupo criminoso adquiria os direitos de posse e de propriedade dos bens, diretamente ou por meio de 'laranjas' e pessoas jurídicas interpostas, comercializando-os com lucros exorbitantes.

    O ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, também foi denunciado. A Procuradoria-Geral da República afirma que ele usou o cargo para "oferecer a garantia necessária aos autores intelectuais do crime de que todos permaneceriam impunes". Rivaldo, beneficiário de quantias mensais fixas pagas por milicianos e contraventores no Município do Rio de Janeiro, encorajou a decisão, inclusive, ao orientá-los a não executar Marielle Franco durante nenhum trajeto que tivesse a Câmara Municipal como ponto de origem ou de destino".

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